Oriente-Ocidente: Histórias do Tecer

Tecer, fiar e bordar - verbos que assemelham-se em significados e traduzem em gesto a passagem do tempo. Mote da exposição "Oriente-Ocidente: histórias do tecer", em cartaz na Galeria de Arte André a partir de 09 de Novembro, a tecelagem é desdobrada como técnica milenar, que surgiu a cerca de 3000 mil anos a.C no Oriente e acompanhou as evoluções e revoluções da humanidade. De forma cronológica, a mostra, que tem curadoria de Ana Carolina Ralston, transita entre movimentos artísticos, interseccionando as produções moderna e contemporânea.

Tapeçaria - Manabu Mabe, déc 70

Permeando tempos, a mostra explora as diferentes formas de entremear fios, técnica que evoluiu junto à humanidade e acompanhou a Revolução Industrial. As obras escolhidas para integrar a mostra transitam entre passado e presente, materializando uma linha do tempo entre o mundo persa, as intercorrências francesas e os principais nomes do modernismo e da contemporaneidade, que, no século passado movimentaram as fronteiras do que pode ser considerado têxtil, ressignificando a tecelagem enquanto arte.

Para além de divagar entre momentos, a tecelagem é explorada na mostra por outras tantas dualidades, passado e presente; oriente e ocidente; modernidade e contemporaneidade convivem em harmonia no espaço expositivo.

"É possível encontrar a dualidade do tempo nas tramas. Não só isso, um equilíbrio dinâmico e controverso de uma técnica ancestral que tinha como função questões tão diversas como acústicas, térmicas, estéticas e até mesmo religiosas", explica a curadora Ana Carolina Ralston.

Tapeçaria - Manabu Mabe, déc 70

Lado a lado no espaço, as obras de Jean Gillon e Regina Gomide Graz revelam inspirações da pintura, como consequência natural do contexto histórico da segunda fase do modernismo. Enquanto os atuais Alex Rocca e Luiza Caldari ressignificam a matéria-prima proprietária da técnica e usam a tinta como próprio fio. A mostra ainda intercala criações orientais antigas do afegão Hathily às tapeçarias fluidas e orgânicas de Manabu Mabe.

Na tecelagem, a trajetória do homem é descrita através de materiais efêmeros e perecíveis, como as fibras naturais, o algodão e o linho, que quando transformados em tecidos e tapetes, se desgastam e retorcem com o passar dos anos. O oposto é encontrado nos metais duradouros e na busca pela eternidade do que se produzia na era medieval.

Lista dos artistas:

Contemporâneos

Alex Rocca

Luiza Caldari

Naia Ceschin

Rodrigo Ohtake

Alexandre Heberte

Juliana Vasconcellos

Paola Muller - Michell Lott

Modernos

Norberto Nicola

Iberê Camargo

Regina Gomide-Graz

Tomie Ohtake

Madeleine Colaço

Jean Gillon

Manabu Mabe

 

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Galeria de Arte André
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