Brecheret, 1922-2022 – Nos Passos da Modernidade

A Galeria de Arte André abre, no dia 22 de março de 2022, a exposição Brecheret, 1922-2022 – Nos Passos da Modernidade, retrospectiva da trajetória do artista Victor Brecheret, um dos expoentes do modernismo brasileiro. Em parceria com a Fundação homônima, a exposição traz mais de 130 itens da historiografia do artista, e conta com organização de Octavio Guastini e Sandra Brecheret Pellegrini, com texto assinado pelo crítico e curador Mario Gioia.

 

Victor Brecheret – Ídolo (1918)

 

São cerca de 80 esculturas (gesso, terracota, bronze, mármore, pedra, cimento) – muitas delas inéditas ou pouco apresentadas - relevos de gesso e maquetes que deram origem a diversos monumentos, estudos de túmulos, fotografias, documentação de época, desenhos, textos em jornais, ferramentas, catálogos e objetos pessoais como uma máquina fotográfica, uma mala de viagens, e até sua famosa boina estarão presentes. Além da exposição, a galeria montará, na 18ª edição da SP-Arte, (6 a 10 de abril, no Pavilhão da Bienal), um estande totalmente dedicado ao artista.

Todos os períodos de Brecheret estão contemplados na mostra, desde a fase sacra, indígena, arte déco dos anos 1920, além das obras que estiveram presentes na Semana de Arte Moderna de 1922, como Ídolo e Vitória, e também peças de design. “Desde 1995 não se vê uma exposição dedicada a ele na cidade”, conta Octávio Guastini, organizador da mostra. O MuBE apresentou a mostra Victor Brecheret, Modernista Brasileiro, em 1995.

Victor Brecheret – Tocadora de Alaúde (Década de 1940)

Como afirma a organizadora da mostra Sandra Brecheret Pellegrini: “Jamais a escultura poderá ser comparada a um simples objeto, ela é, antes de mais nada, produto da sensibilidade, do impulso criativo e do conceito estético do seu criador. É isto que Brecheret transmite por meio de suas esculturas. Às vezes simples e delicadas, outras grandiosas e monumentais”.

Bienal e obras públicas presentes

Um dos documentos raros presentes na exposição é o catálogo da 4ª edição da Bienal de São Paulo, ocorrida em 1957 e que teve sala especial dedicada a ele. O texto presente na edição é assinado por Menotti del Pìcchia (1892-1988), outra figura ligada à Semana de Arte Moderna. Desta edição da Bienal, podem ser vistas hoje Fauno e Vendedora de Frutas, obra “impressionante”, segundo o autor do texto Mario Gioia. Das obras apresentadas na 1ª edição da Bienal, em que Brecheret foi premiado na categoria escultura nacional, e presentes na atual exposição, estão O Índio , num estudo em terracota, e Suçuapara (1951).

De suas obras públicas, os monumentos a Duque de Caxias e o já conhecido Monumento às Bandeiras, localizado em frente ao Parque Ibirapuera, são apresentados esboços em resina e em bronze. De sua fase dedicada ao universo indígena, estão Maternidade Indígena (anos 1940), Drama Marajoara (1951), e Luta dos Índios Kalapalo (1951).

Victor Brecheret – Maternidade Indígena (Década de 1940)

Já da arte sacra destacam-se Cristo na Cruz (anos 1950), São Jerônimo (anos 1950), e também obras dedicadas a São Francisco de Assis, em desenho e em bronze. Do art déco pode ser vista Tocadora de Guitarra (década de 1920). Os bustos também são destaques na exposição, com mais de uma dezena deles, a maioria inéditos e feitos em diversos materiais. Dentre eles, estão de amigos próximos do escultor, como Menotti del Picchia e Maria della Costa.

A exposição Brecheret, 1922-2022 – Nos Passos da Modernidade, para Mario Gioia “comprova o legado do artista ítalo-brasileiro na história da cultura nacional, não apenas como um incontornável nome da linguagem tridimensional. E pode trazer novas perspectivas nessa retomada dos debates sobre o modernismo, tão vivos nesse centenário de 1922”.

Mario Gioia, 2022.

Victor Brecheret – Vendedora de Frutas (Década de 1940)

 

 

Abertura da exposição Brecheret, 1922-2022 – Nos Passos da Modernidade

Coquetel de abertura dia 22 de março, terça-feira, 19h

Período expositivo: de 22 de março a 28 de maio

 

Acesse nosso catalogo digital aqui:

 

Assista também o vídeo de cobertura da abertura da exposição pela Mitre Experience: 

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