Mercado de Arte I - Da Civilização Romana aos primeiros comerciantes de arte

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Na história, houve diferentes formas de circulação de bens artísticos em sociedades muito distintas das que conhecemos hoje, até mesmo no conceito e na função. Os objetos poderiam ser mais culturais ou decorativos, com atributos utilitários e de significação. Cerâmicas, por exemplo, podiam exercer funções como conter o registro de histórias de guerra, transmitidas por distintas gerações. Pinturas, retratos e esculturas eram produzidos para os ambientes e existiam para servir ao Estado e as religiões.

 

Adoration of the Magi Gentile da Fabriano1423


Na Idade Média, a Igreja era o patrono mais importante da arte. Assim, as primeiras obras vistas pelo público eram em igrejas e mosteiros. A aquisição de obras por parte dos cidadãos começa na Idade Média Tardia (de 1300 a 1453), por membros da nobreza e pelas classes que começavam a ascender na burguesia.

Durante o Renascimento, interiores de casas receberam mais obras de arte, principalmente retratos. E começa a surgir o tipo moderno de consumidor de arte, o connoisseur ou colecionador, que era distinto do antigo comprador que encomendava as obras. Por isso, o artista ganha mais autonomia em sua produção.

 

Archduke Leopold Wilhelm in his Gallery, 1647 - Museo del Prado, Madri

 

The Gallery of Archduke Leopold in Brussels,1639 - Staatsgalerie, Schleissheim

 

A França daria importante passo histórico quando, no século XVII, em 1648, foi fundada a Academia Real de Pintura e Escultura, em Paris. Com diversos objetivos, predominavam o aprendizado nessas linguagens, a circulação de obras e o  direcionamento de estilos.

A experiência francesa foi seguida por outros países. Na Holanda protestante, durante o “século de ouro” (1584-1702), com a burguesia no poder, os países viveram um período de grande enriquecimento nas ciências e nas artes. Com a influência calvinista, os temas religiosos eram evitados – aí tiveram mais espaço temas como paisagens do campo, cenas da vida rural, naturezas-mortas e configurações domésticas. As obras de arte se tornaram familiares e a vida interior tomou importância. Por isso, o mercado de arte tinha autonomia, os próprios artistas vendiam em feiras e o preço das obras baixou, provocando uma popularização. Na Europa, o barroco ganhava força.

Não há registro de quem foi a primeira pessoa a revender uma obra ou representar um artista. No Renascimento italiano, já havia intermediários entre os artistas e os colecionadores. De acordo com o artigo  “A brief history of a art dealing”, Giovanni Battista della Palla foi um dos primeiros vendedores de obras de arte.
Na França, Lazare Duvaux, “comerciante de luxo”, oferecia uma mistura de móveis requintados, jóias, cerâmica e escultura a clientes abastados. Os catálogos de vendas de Duvaux entre 1748 e 1758 ainda servem aos estudiosos contemporâneos como uma rica fonte de informações.

 

Interior view of M. Knoedler & Co., 1860–1880. Image via Wikimedia Commons.

 

No século XIX, as obras de arte, no comércio, ainda faziam parte de lojas de mobília doméstica, vendidos ao lado de espelhos, móveis e até brinquedos. Um dos primeiros comerciantes registrados nos Estados Unidos, o artesão de Boston John Doggett, teve uma loja entre 1821 e 1825. Em 1855, a célebre Williams & Everett se tornaria referência em comercialização de arte, tendo à frente Dudley Williams e William Everett (1821-1899).

 

Fontes : http://enciclopedia.itaucultural.org.br/
https://www.artsy.net/article/artsy-editorial-history-art-dealing
http://www.essentialvermeer.com/dutch-painters/dutch_art/ecnmcs_dtchart.html#.WhHpDrZDQ0p
https://www.encyclopedia.com/literature-and-arts/art-and-architecture/art-general/art-galleries

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