Lara Matana renova o uso da madeira em obra ecológica

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Artista autodidata, Lara Matana trabalha com arte desde os 22 anos. Mas foi apenas a partir de 2000, com a descoberta de um material inusitado e das incursões em filosofias espirituais indianas, que as atividades com as artes visuais tomaram corpo.

A matéria-prima utilizada agora é a sobra da produção de madeira para revestimento, juntamente com sobras da produção de uma peça chamada “finger”. Ao reaproveitar recursos que seriam descartados, a produção carrega a mensagem de sustentabilidade e de preservação do meio ambiente.

Lara se inspira na natureza e na espiritualidade para compor sua obra. Em sua poética, o que ela cria se relaciona com o movimento de asas de borboletas ou a ação de tarrafas de pesca, por exemplo. Há uma dimensão mais cósmica em toda a produção, em que fractais e explosões de corpos celestes servem de referências nas composições das finas lâminas de madeira cuidadosamente talhadas, pintadas e montadas uma a uma.

Lara, assim, evoca o invisível e o onipresente. “A liberação dos condicionamentos metafísicos busca o bem-estar do corpo, um caminho em direção a um sentido de vida mais profundo, unindo o físico ao espiritual”, diz José Serafim, curador e crítico de arte.

A artista construiu a própria marcenaria para conseguir tratar e lapidar a madeira com a liberdade e precisão necessárias ao seu processo artístico.

 

Série Sermão no Monte

 

O resultado estético de sua criação formal abstrata agrada e tem a brasilidade das tramas da madeira que remetem à nossa memória afetiva. O volume das peças na parede intriga o observador a descobrir a matéria incomum de seu trabalho.

 

 

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