Retrato ontem e hoje II
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Eduardo Migliaccio (1903-1983) é outro artista com forte produção de retratos que tem uma boa presença na história e no acervo da Galeria de Arte André. Adepto da linha acadêmica e prezando elementos que o aproximam até do hiper-realismo, Miggliaccio dominou com destreza a anatomia, a luz e a cor. Apesar disso, o artista declarava: “Não sou um retratista, não pinto retratos, mas quadros artísticos”. Se o retrato na história tradicionalmente vem a focar pessoas de camadas mais abastadas da sociedade, Migliaccio por sua vez, retratava as pessoas de classes sociais à margem.
Homem do Campo, déc. 60, Edmundo Miggliaccio
Na cena contemporânea brasileira, um nome de bastante relevância é o do carioca Rodrigo Cunha. Já representado pela Galeria de Arte André e participante de exposições como as coletivas Paraíso (2011), Cotidiano (2012) e André, 60 (2019), o pintor figurativo famoso por seus retratos, admirador da obra de mestres do gênero como Rembrandt (1606-1669) e Velázquez (1599-1660), domina detalhes de expressão e luz com rigor e é conhecido por pintar modelos ao vivo.
Juliana, 2012, Rodrigo Cunha
Outro retrato bastante contundente nas artes visuais do Brasil hoje é o do paraense Éder Oliveira. Tem uma obra em que pinturas, murais ou de menor escala, centra o interesse na seleção de rostos de pessoas comuns, publicadas em páginas de cadernos policiais diários, em geral suspeitas de algum crime. Deslocando a imagem estigmatizada para paredes de vias de grande circulação ou à maneira de ‘cubo branco’, o artista problematiza dados como a violência, os conflitos de classes e o sensacionalismo da cobertura midiática/jornalística. Seus trabalhos tomaram destaque na 31ª Bienal de São Paulo, em 2014.
Anônino, 2016, Éder Oliveira
Site
http://www.edmundomigliaccio.com.br/
https://www.vagas.com.br/artevagas/exposicoes/rodrigo-cunha/
Fotos
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