Pennacchi ganha pavilhão em centro cultural no PR

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Parte importante da produção de Fulvio Pennacchi (1905-1992) correu o risco de desaparecer, mas, pela ação de um colecionador que inaugurará um centro cultural no Paraná, vai então mudar de cidade.

 

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Ambiente do parque Geminiani Momesso, em Ibiporã (PR), que ganhará pavilhão de Pennacchi.

 

A história iniciou-se com uma esperada tragédia, já que os herdeiros do artista ítalo-brasileiro decidiram pela venda da residência onde Pennacchi criou variados murais exclusivos e que abrigava boa parte da coleção dele, com raras peças e obras de sua autoria. Os novos donos tinham como ideia inicial derrubar a casa.

 

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Fulvio Pennacchi, De volta da Lavoura, 1986 - serigrafia

 

Antes da fatalidade, porém, um dos herdeiros buscou colecionadores para que o legado não virasse cinzas, como diversos outros casos ocorridos na história da arte no país. Orandi Momesso, cuja coleção será o centro do que será exibido no parque Geminiani Momesso, em Ibiporã, interior do Paraná, se comprometeu a construir um pavilhão exclusivo à obra do artista do grupo Santa Helena, incluindo os oito afrescos pintados nas paredes da casa no Jardim Europa, SP, e que foram cuidadosamente retirados da construção. Cerca de 350 trabalhos foram transferidos para a nova instituição. A inauguração do complexo está prevista para meados do ano que vem.

 

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Ambiente do parque Geminiani Momesso, em Ibiporã (PR), que ganhará pavilhão de Pennacchi.

 

Pennacchi está com a obra em alta. Participou com êxito da 60ª edição da Bienal de Veneza, a mais tradicional mostra de arte em âmbito mundial, em 2024. Um dos principais eixos da exposição foi a exibição de trabalhos de artistas italianos que se radicaram em outros países, principalmente durante a construção do modernismo nesses locais adotados e do Sul global. Intitulada Stranieri Ovunque - Foreigners Everywhere, a mostra apresentou 332 artistas e teve curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp (Museu de Arte de São Paulo).

 

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Fulvio Pennacchi, Vilarejo com Montanhas, 1982 - óleo sobre placa

 

O recorte da curadoria privilegiou nomes menos presentes em exposições do tipo, nascidos no país da Bienal e que desenvolveram obras importantes nos países em que se radicaram, como o Brasil, a Argentina e os EUA. Da seara nacional, sem dúvida podem ser destacados Pennacchi, Danilo di Prete (1911-1985) e Maria Polo (1937-1983). A pintura de Pennacchi exposta é O Circo, de 1942.

 

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Ambiente do parque Geminiani Momesso, em Ibiporã (PR), que ganhará pavilhão de Pennacchi.

 

Pennacchi tem laços fortes com a Galeria de Arte André. Nascido na Toscana e nome que fez parte do grupo Santa Helena, composto por artistas nascidos ou com raízes fora do país, como Volpi (1896-1988), presente em Veneza, Rebolo (1902-1980) e Bonadei (1906-1974), radicou-se em São Paulo no ano de 1929, ano do crash econômico mundial. Em outubro de 1982, por exemplo, é com uma individual de Pennacchi que a galeria passa a ocupar o tradicional endereço da rua Estados Unidos, nos Jardins, SP. O artista teve recortes desse tipo na galeria, além do début solo em 1982, em 1984 e em 1987, todos quando estava atuante.

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Galeria de Arte André
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