Inteligência artificial avança nas artes visuais

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    Artigo do colunista de tecnologia Kevin Roose publicado no The New York Times do último dia 2 de setembro atesta o alarme sobre a comunidade artística em âmbito mundial por conta dos avanços da inteligência artificial nessa seara. Uma feira no Colorado, EUA, que premia diversas categorias tradicionais nas artes visuais, como pintura e escultura, conferiu como melhor obra de artistas digitais emergentes Teatro de Ópera Espacial.

    Assinada por Jason M. Allen, foi feita por meio do Midjourney, programa de inteligência artificial que transforma frases de textos em desenhos hiper-realistas. Além do Midjourney, programas como DALL-E 2 e Stable Diffusion aprimoraram a tecnologia já conhecida da IA em artes e têm provocado calafrios no meio.

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Jason M. Allen, "Théâtre d'Opéra Spatial"
(imagem: https://www.nytimes.com/2022/09/02/technology/ai-artificial-intelligence-artists.html)

    No artigo, é citada a opinião do tecnólogo e escritor Andy Baio, que discorre sobre os avanços específicos do DALL-E 2. “É o limite da magia no que consegue produzir, mas levanta tantas questões éticas que é difícil acompanhar todas”, argumenta ele. Para o autor do trabalho premiado no Colorado, as ressalvas devem ser dirigidas às empresas que eventualmente optem por substituir artistas, ou seja, mão-de-obra humana, por programas de IA. “Não deve ser uma acusação à tecnologia em si. A ética não está na tecnologia. Está nas pessoas”, defende ele.

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Exemplo de imagens geradas pelo Dream App
(imagem: https://www.theverge.com/2021/12/6/22820106/ai-art-app-dream-synthetic-media-wombo)

    E aplicativos como o Dream já ajudam na realização de obras gráficas, com mais simplicidade. Ursula Vernon, que assina como T. Kingfisher, fez uma HQ inteira, e curta, apenas com a ferramenta. As nove páginas tiveram em especial os planos de fundo desenhados por meio do Dream, o que deu ao conjunto um tom algo surrealista, em consonância com o estilo da artista.

    Apesar do temor por uma precarização (ainda maior) no meio artístico, cabe prudência. Realmente, os avanços de ferramentas como DALL-E e Midjourney são evidentes, contudo existe uma valorização clara em feiras e galerias mundo afora do que é feito manualmente, de modo analógico etc, quase como uma reação a um mundo excessivamente virtual. E uma feira no Colorado ainda é um exemplo muito à margem e de ressonância (ainda) limitada nesse circuito, ao menos no mais hegemônico e que é forte nas linhas mestras de um meio algo cifrado e pouco permeável a mudanças bruscas.

Fontes:

https://www.nytimes.com/2022/09/02/technology/ai-artificial-intelligence-artists.html

https://www.theverge.com/2021/12/6/22820106/ai-art-app-dream-synthetic-media-wombo

 

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Galeria de Arte André
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