Hiper-realistas investigam ‘alma’ das cidades

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    O hiper-realismo é um movimento das artes visuais que sempre teve vínculos fortes nos 63 anos da Galeria de Arte André. Momento importante para atestar tais conexões foi a seção Em condições normais dentro de André, 60 – Da Academia ao Virtual, coletiva de 2019 sediada no espaço expositivo dos Jardins que serviu como retrospectiva das seis décadas de atuação da galeria no circuito paulistano. O recorte citado apresentou obras de Armando Sendin (1928-2020), Marco Stellato e Rafael Resaffi.
 

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Armando Sendin, Fué dulce el crepusculo - 1997
 

    Resaffi teve individual ocorrida um ano antes, em 2018, ao lado de André Crespo e Ricardo Cherbeluka. Intitulada Desconstruindo o Hiper-Realismo, a mostra teve curadoria de Octávio Guastini e Sonia Skroski. “Resaffi não foge dos espelhamentos entre o construído e o informe, o movimentado e o estanque, os fluxos e as sedimentações e, de um olhar mais que apurado sobre tal lócus, continua a extrair flashes, extratos e fragmentos poéticos e surpreendentes”, escreve Mario Gioia no texto do catálogo.

 

Rafael Resaffi, Madrugada - 2015
Rafael Resaffi, Madrugada - 2015

 

    Sobre Cherbeluka, o autor discorre: “Cherbeluka utiliza como base essa fotografia – precisa, plana, cristalina, imune a ‘contaminações’ externas – como fonte de suas composições pictóricas”. Continua: “Nas telas, surge o claro/escuro (...), que torna mais impreciso o registro da certeza fotográfica”.

 

Ricardo Cherbeluka, São Paulo Centro - 2020
Ricardo Cherbeluka, São Paulo Centro - 2020

 

    Já acerca de André Crespo, o foco recai sobre os deslocamentos pretendidos pelo artista paulistano. “O artista usa contrastes e complementos cromáticos, tendo como foco os ritmos e fluxos da cidade, trazendo com ênfase características comuns desses dias, como a impessoalidade e a hipercirculação”, frisa o texto.

 

André Crespo, Sonâmbulo - 2018
André Crespo, Sonâmbulo - 2018

 

    Outro hiper-realista contemporâneo, o paulistano Marco Stellato, ganhou individual na André em 2013, chamada Reflexão. “Suas obras são rigorosas cartografias formais que a partir da composição revelam um olhar reflexivo e provocador sobre a cidade”, argumenta Francione Carvalho, em texto crítico da exposição.

 

Marco Stellato, 2 Chevies - 2010
Marco Stellato, 2 Chevies - 2010

 

    Telas dos artistas serão colocadas na vitrine da galeria, possibilitando que o público externo veja e conheça essas pinturas. Como a individual dentro do espaço expositivo será de Sendin, o hiper-realismo continua em alta na André.

 

Desconstruindo o Hiper-Realismo
Exposição "Desconstruindo o Hiper-Realismo" realizada na Galeria de Arte André em 2018

 

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