Projeto Monográficas exibe encanto de Iracema Arditi

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A série de exposições Monográficas chega à terceira edição na Galeria de Arte André dedicando o seu foco à produção multicolorida, imaginativa e fecunda de Iracema Arditi (1924-2006). O projeto tem o objetivo de exibir com mais fôlego a obra de artistas de reconhecido valor (e que, por vezes, estão com visibilidade menos ostensiva dentro do circuito) que se relacionam com a própria história da galeria, já com 62 anos de atividade na cidade de São Paulo. As mostras anteriores do programa foram de Carlos Scliar (1920-2001) e Enrico Bianco (1918-2013). A organização é de Mario Gioia, crítico de arte e curador independente.

 

Recado do Céu, 1989

Iracema teve duas individuais no espaço. Em 1981, ainda com a galeria na alameda Jaú e, dois anos depois, já no endereço até hoje da André, na rua Estados Unidos. O recorte de hoje conta com cerca de 30 obras, além de documentação acerca da trajetória da artista, que expôs em diversos países, como França e Suíça.

 

"As pinturas de Iracema apresentam uma sensibilidade espontânea que busca expressar a diversidade e exuberância de cores da paisagem brasileira."

 

"Trabalhando predominantemente com a tinta a óleo, as pinturas de Iracema apresentam uma sensibilidade espontânea que busca expressar a diversidade e exuberância de cores da paisagem brasileira. Suas paisagens em tons de verde, dourado, azuis, laranjas, rosas, roxos, amarelos, vermelhos e lilases, tocam imediatamente o espectador, que se encanta pelo sentimento feérico que evocam", escreve a crítica e professora da Unicamp Taisa Palhares, que assina o texto da exposição atual.

 

Sol - Estrela, 1988

Autodidata e com uma história de vida que incluía ter trabalhado como secretária, comissária de bordo e jornalista, Iracema era conhecida pelo grande carisma e constante produção. E deixou para Penápolis um legado inestimável - cerca de 400 peças que vieram a constituir o Museu do Sol, dedicado à arte naïf. A instituição funciona até hoje na cidade do interior paulista e cedeu a Monográficas 3 alguns itens documentais sobre a artista.

 

"Ninguém conseguirá roubar a Iracema seus azuis, seus verdes, seus alaranjados, seus vermelhos, inroubáveis (sic)"

 

"Ninguém conseguirá roubar a Iracema seus azuis, seus verdes, seus alaranjados, seus vermelhos, inroubáveis (sic)", escreve Murilo Mendes (1901-1975), um dos maiores poetas brasileiros, em texto que dava apoio à individual dela na Petite Galeria, no Rio de Janeiro, datada de 1970 (contudo o texto é de 1958).

Iracema Arditi - Monográficas 3 ganha exibição na André desde 1º de junho. Não é necessário agendamento, mas a galeria segue todos os protocolos sanitários estabelecidos pelas autoridades públicas no combate à Covid-19.

 

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Galeria de Arte André
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