Mercado de Arte III - As galerias americanas e a importância de Nova York como centro contemporâneo

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Duas das galerias mais antigas norte-americanas e que tinham posições importantes no circuito do país começaram como filiais de espaços parisienses em Nova York. Michael Knoedler era diretor dos franceses Goupil & Company e mais tarde abriu seu próprio espaço nos EUA em 1846. A galeria que ele e sua família construíram, a Knoedler & Company, permaneceu uma das mais respeitadas galerias de arte americana até 2011, quando foi fechada sob uma nuvem de escândalos e processos por fraude. Ignorando os avisos de especialistas, acabaram revendendo obras falsas de Rothko, Pollock, Motherwell e outros. Reputações são construídas muito lentamente, mas podem desmoronar em um piscar de olhos.

O concorrente de longa data de Knoedler foi a Wildenstein & Company, fundada em Paris e que abriu uma filial em Nova York em 1903. A sua história tem diversos episódios inusitados. Um deles é um acordo para a venda de obras de arte confiscadas de traficantes judeus em Paris, supostamente expulsos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. A história da galeria é quase tão interessante quanto as vendas de obras de arte reconhecidas que eles colocaram entre os principais museus do mundo.

Little Galleries

 

Também em Nova York, Alfred Stieglitz abriu Little Galleries of the Photo-Secession em 1905, que ficou conhecida como 291 e foi um dos primeiros espaços a evitar o luxuoso veludo vermelho das galerias mais importantes à época, adotando um visual mais moderno. Já a Galeria Julien Levy foi fundada em 1931 e ficou conhecida por apresentar os surrealistas na América e realizar o primeiro vernissage. O que Stieglitz e Levy personificaram, no entanto, foi a paixão pela arte contemporânea que cresceu tanto em Nova York tornando possível ser um negociante de arte influente sem ser um empresário de muito sucesso.

Depois de fechar brevemente sua galeria para entrar no exército em 1942, Levy finalmente cerrou as portas definitivamente em 1949. Já Stieglitz fechou a 291 em 1917, mas continuou a organizar exposições e acabou abrindo outra galeria, An American Place, em 1929. Durou até 1946, o ano em que Stieglitz morreu.

 

Peggy Guggenheim

Art of this century

Duas galerias ilustres foram abertas por mulheres mais conhecidas por sua paixão e visão do que por sua capacidade de ganhar dinheiro vendendo arte. Após sua primeira tentativa fracassada em Londres com a galeria Guggenheim Jeune, Peggy Guggenheim abriu sua segunda galeria em Nova York, em 1942, com ótima recepção. Nomeada Art of This Century, seu espaço na Rua 57 foi considerado uma obra de arte, com sistemas de instalação e iluminação altamente inovadores, projetados pelo arquiteto Frederick Kiesler. A Art of This Century anunciou o início da ascensão de Nova York à capital mundial da arte, com as primeiras exposições individuais de Jackson Pollock, Mark Rothko, Hans Hofmann e Clyfford Still, entre outros. Quando deixou Nova York para seu novo palácio veneziano, após a Segunda Guerra Mundial, a maioria de seus artistas já havia deixado a galeria para tentar em novos espaços, esperando vender mais trabalhos.

 

Betty Parsons

Outro espaço pertencia a Betty Parsons, colecionadora que ficou conhecida como a “mãe do expressionismo abstrato”. Betty defendeu os grandes expressionistas abstratos, incluindo Pollock, Rothko, Reinhardt, Still e Newman, antes de alcançarem notoriedade. Em seus últimos anos, promoveu obras de nomes como Agnes Martin, Ellsworth Kelly, Jasper Johns e Robert Rauschenberg.

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