André revê Semana de 22 com mostra de Brecheret

Publicado em:

Com a proximidade da efeméride do centenário da Semana de 22, emergem novos olhares, perspectivas e compilações de artistas que, por realçada presença e trabalho em tal momento, inscreveram o nome na história da arte brasileira. Destes, Victor Brecheret (1894-1955) é um dos mais relevantes por unir características comuns aos modernistas que o ladeavam no movimento e atributos absolutamente particulares de obra e trajetória.

A Galeria de Arte André terá a honra de sediar uma grande exposição dedicada ao artista, prevista para o primeiro semestre de 2021 - em razão da situação sanitária do Covid-19, a data ainda não foi definida. A mostra apresentará esculturas, desenhos e variada documentação nos salões expositivos da galeria, com alguns itens inéditos.

De origem ítalo-brasileira, oriundo de família com parcos recursos financeiros, Brecheret teve de abraçar uma labuta contínua a fim de obter o merecido reconhecimento em um meio de atuação muito mais franqueado a artistas integrados à burguesia da época.

 

O Monumento às Bandeiras, é uma das esculturas mais importantes do Brasil, foi construída por Brecheret em 1953

 

E foi o excepcional lidar com a escultura, linguagem de poucos mestres na arte nacional, que possibilitou a Brecheret um êxito que extrapolou as fronteiras do nosso país. Também não se intimidou com as escalas grandiosas, dada a habilidade pela qual assinou marcantes peças públicas, algumas de âmbito monumental. Ao mesmo tempo, era capaz de produzir tridimensionais de pequena monta, quase obras de câmara, mas de intenso lirismo, técnica e originalidade.

 

"Maternidade Índia" é uma obra da fase em que Brecheret passou a incluir uma estética indígena

 

O repertório também abarcou um espectro alargado, dos cânones clássicos a uma renovada leitura das imagens indígenas, eixos que sempre geraram realizações de indubitável solidez conceitual e estética.

Além das peculiares configurações da Semana de 22, pode se analisar que a obra de Brecheret é representativa quando nos detemos na imagem de uma metrópole em construção. Com uma sedimentada formação clássica – que fez com que tridimensionais de sua autoria explorassem volumes e massas, em especial -, o arrojo gráfico e formal engendrado pelo artista possibilitou que sua assinatura em peças de âmbito público se tornassem marcos simbólicos da pujança econômico-social de SP dentro do contexto brasileiro. Assim, trabalhos de grandes proporções como o Monumento às Bandeiras (1953) e o Duque de Caxias (1960) em cima do cavalo, entre outros, fizeram com que seu trabalho se perenizasse na arte brasileira.

 

 

A Musa Impassível, uma das obras marcantes de Brecheret, em exposição na Pinacoteca

 

Fotos


Compartilhe


Obras Relacionadas

Galeria de Arte André
Cadastre-se e receba notícias em primeira mão