Gesto guia obra têxtil de Mabe
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A proximidade de artistas nipo-brasileiros com a Galeria de Arte André marca toda sua trajetória, atualmente com 63 anos de atividade ininterrupta no circuito paulistano. Outra faceta relevante nessas relações é a presença marcante do abstrato, não apenas dos nomes com origem oriental, na programação do espaço e em seu acervo. Atesta isso a robustez da produção dos 28 artistas apresentados em Abstração em Fricção, coletiva que seguiu na André até 30 de julho. Além de Mabe, trabalhos históricos de nomes como Tikashi Fukushima (1920-2001), Kazuo Wakabayashi (1931-2021), Frans Krajcberg (1921-2017) e Irmgard Longman (1919-2020), por exemplo, foram exibidos nas salas expositivas nos Jardins.
Manabu Mabe, Sem título - Déc. 70
A valorização das obras têxteis mundo afora, fenômeno relativamente recente, também ganhou eco na André. Em Abstração..., tapeçaria de Mabe datada dos anos 1970, medindo 1,66 m x 1,96 m, teve destaque ladeando um dos principais quadros de Tikashi Fukushima do acervo. E em 2021, Oriente-Ocidente: Histórias do Tecer, exposição com curadoria de Ana Carolina Ralston e que mesclou peças de Mabe, Norberto Nicola (1930-2007), Jean Gillon (1919-2007), Iberê Camargo (1914-1994), Tomie Ohtake (1913-2015) junto de contemporâneos como Alex Rocca e Alexandre Heberte, a versatilidade de obras nesses formatos e suportes foi explorada com força.
Manabu Mabe, Sem título - Déc. 70
“A arte produzida com fios segue a linguagem autoral e subjetiva do artista que enfatizava o gesto e o movimento em sua produção”, escreve a curadora sobre as duas peças apresentadas na mostra de 2021.
Manabu Mabe, Sem título - Déc. 70 (esquerda) ao lado de Alex Rocca, Sem título - 2020 (direita),
presentes na exposição "Oriente-Ocidente: Histórias do Tecer"
Madeleine Colaço, Pássaros do meu jardim - Déc. 90 (esquerda); Passadeira Kuba Shirvan - Caucasus (centro) e
Manabu Mabe, Sem título - Déc. 70 (direita), presentes na exposição "Oriente-Ocidente: Histórias do Tecer"
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