Valdo Kerpen, entre o virtuoso e o cotidiano
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A Galeria de Arte André abre o seu salão expositivo principal para o tridimensional cheio de virtuosidade e, ao mesmo tempo, com marcado tom cotidiano de Valdo Kerpen. A mostra que exibe 23 esculturas de autoria do artista paulistano segue até setembro em cartaz.
Restaurador de ofício, Kerpen sempre trabalhou uma produção própria. Como profissional hábil na lida do mármore de carrara e espírito santo, entre outros, criou numerosas esculturas a partir de descartes que encontrou em suas caminhadas diárias, tanto nas cercanias do ateliê, no Butantã, como em outros lugares. A técnica em reproduzir com minúcias e detalhamentos que saltam os olhos certamente surpreenderá quem visitar a exposição, que segue todas as indicações e normas determinadas pelas autoridades sanitárias e de saúde de São Paulo.
Latinha de refrigerante
"Bolsas, camisas, brinquedos, latas de solvente, caixas, marmitas, sacarias e objetos dos mais diversos revertem a situação de lixo e transmutam suas configurações antes encaradas como nada nobres para algo, espera-se, mais durável, definitivo e relevante. O ateliê, assim, traveste-se de laboratório alquímico e, ao mesmo tempo, cria lastros com as realizações das eras artísticas de ouro e de outras mais recentes nessa história, como as de Brancusi (1876-1957) e de Camargo (1930-1990", salienta Mario Gioia, que assina o texto crítico.
Saco com pregador
Assim, Kerpen dá prosseguimento e avança em relação ao abstrato que rendeu bons exemplares na linguagem, como em Pássaro vermelho e Entrelaçamento II. Peças como Saco com pregador, Pelúcia, Bolsa e Lata atestam a maestria do artista nessa nova fase.
Bolsa
Lata thinner
Pelúcia
Latinha de refrigerante
Saco com pregador
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