José Moraes e a maestria na natureza-morta
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Objetos na Paisagem, 1997
A habilidade técnica de José Moraes (1921-2003) na pintura e no desenho não passou à toa pelas três exposições individuais que protagonizou na Galeria de Arte André - em 1983, 1991 e 1994. E isso já se tornava palpável até em sua dedicatória na primeira mostra, quando relembra seus mestres, Quirino Campofiorito (1902-1993) e Candido Portinari (1903-1962).
Composição, 1998
Obteve os louvores acadêmicos como estudante da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro
Obteve os louvores acadêmicos como estudante da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde teve aulas de pintura com Quirino - um dos grandes defensores do figurativo e afeito aos tipos populares interpretados via pictórico, além de crítico de arte em importantes periódicos da época. Quirino também foi um dos expoentes do Núcleo Bernardelli, de nomes como Pancetti (1902-1958) e Milton Dacosta (1915-1988), um dos mais relevantes agrupamentos da arte brasileira do século 20. Já de Portinari, foi assistente a partir de 1942, trabalhando em obras-chave da cultura brasileira, como a Capela São Francisco de Assis, em Belo Horizonte, na mesma década.
Coisas de Ateliê, 1989
"As suas naturezas-mortas e figuras fogem da temática brasileira e mantêm-se em bom nível internacional"
Nos três momentos apresentados no espaço expositivo da André, indubitavelmente Moraes é exímio no gênero da natureza-morta. "As suas naturezas-mortas e figuras fogem da temática brasileira e mantêm-se em bom nível internacional", escreve o crítico Antonio Bento (1902-1988) no ano de 1966. "É necessário ressaltar, porém, que o vigor de sua obra está patente em todas as séries que perseguiu com domínio resoluto", avalia Ivo Zanini (1929-2013), na Folha de S.Paulo, em 1979.
Composição com Flores, 1999
No final dos anos 50, quando se radica em São Paulo, terá na atividade docente uma importante atividade. Nos anos 70, também desenvolve produção numerosa em gravura, fazendo cursos e temporadas fora do país a fim de aprender mais sobre a linguagem. Desde 1967 deu aulas na Faap, importante universidade paulistana, que o homenageia agora na exposição coletiva Um Celeiro de Artistas - MAB Faap 60 Anos, com curadoria de Denise Mattar e que fica em cartaz na instituição até 28 de novembro, exibindo uma pintura do artista carioca.
O Pano Vermelho, 1985
Objetos na Paisagem
Composição
Coisas de Atelier
Composição com Flores
O Pano Vermelho
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