A mágica dos surrealistas na André
Publicado em:
Uma das tendências mais presentes na história e no acervo da Galeria de Arte André, em seus 61 anos, é a de tom surrealista. O fantástico, o onírico, o estranho e outros elementos destacados do estilo podem ser conhecidos e até adquiridos em realçadas obras exibidas e pertencentes ao espaço.
Um dos principais nomes nessa linha é o do argentino Vito Campanella (1932-2014). Desde 1978, ano de sua primeira exposição individual na André, ele teve presença destacada tanto em coletivas como em momentos solo, sempre atraindo colecionadores do país e do exterior, que incluíam compradores de países vizinhos e de europeus. O interesse não cessou por conta da habilidade técnica do artista, que criava pinturas com óleo com ambientes e cenas bastante singulares, em diferentes escalas.
Outro nome a ser lembrado é o do paulistano de origem britânica Philip Hallawell, que ganhou o primeiro catálogo da galeria no ano de 1976, uma novidade para a época. Com obras em coleções privadas de peso e de museus prestigiados, como o Masp (Museu de Arte de São Paulo), o artista conjuga em seu trabalho, principalmente o gráfico, um clima de sonho com marcada sensualidade.
Extasy X, 1985, Philip Hallawell
Artista constante em mostras na galeria, como a mais recente transcorrida em 2019, Sonia Menna Barreto foi aluna do virtuoso Jorge Mori (1932-2018) e não tem realçada a técnica apenas por meio do pictórico, mas também em gravuras e tridimensionais. O rigor na feitura de peças e a variedade de abordagens são outras qualidades de sua produção.
Paleta Renascentista, 2000, Sonia Menna Barreto
A Torre do Capuchinho, 1988, Octávio Araújo
Um artista incontornável no trabalho de um surrealismo de traços muito próprios é Octávio Araújo (1926-2015). De laços bastante efetivos com a André, assinou apenas uma individual no espaço, em 1981, e revelando uma produção intimista de desenhos de tom “menor”. Tal faceta surpreende, já que as telas que produziu durante toda sua trajetória eram de esmerada técnica e habilidade no manejo do óleo. Recentemente, Araújo também vem sendo celebrado pelo labor persistente, sendo negro e penúltimo de 11 irmãos, advindo de uma família em que o pai era farmacêutico e de poucas posses.
A Galeria de Arte André possui e exibiu trabalhos de outros nomes ligados ao surrealismo, como Eduardo Torassa, Daniel Carranza, Bernardo Cid (1925-1982) e Mario Campello (1941-2000), entre outros.
Fotos
Compartilhe