A letra popular de Grimaldi

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O paulistano Filipe Grimaldi (1985) poderia servir de exemplo como um profissional do século 21, que transita por diferentes campos e atua de modo híbrido, com tênues limites - em seu caso, entre as artes visuais, o design e a intervenção urbana. Apesar disso, o caminho não foi linear, desde a formação em desenho industrial, no ano de 2005, no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Ele considera que a real entrada no circuito visual começou durante uma ocupação artística na antiga Trackers, no Centro de SP, em 2013. No mesmo ano, iniciou uma parceria com o Sesc com aulas de caligrafia e outros tópicos sobre a tipografia popular, ainda hoje em curso. Um dos pontos altos na trajetória como artista foi a exposição/intervenção Mapeamento Gráfico Popular, no Red Bull Station paulistano, em 2018.

Felipe Grimaldi pesquisa diversos tipos de letras usadas em comunicações populares como por exemplo frases de caminhão

 

Desenvolvendo, assim, uma inserção no círculo contemporâneo da cidade, Grimaldi tem agora uma gravura, Coragem, disponível na loja virtual da Galeria de Arte André. “Utilizo elementos de duas principais famílias tipográficas nacionais, a decorativa amazônica, em geral feita para embarcações, e a de carrocerias de caminhão, espalhada pelo país”, conta ele sobre a obra. O artista acredita que mesmo que ainda não tão estudada, a produção dessa letragem popular e seus elementos tipicamente brasileiros deve render resultados mais vistosos em breve. “Cada vez mais o universo popular, espontâneo e naïf tem recebido atenção em termos institucionais. Apesar de sermos poucos, quem pesquisa e desenvolve projetos com tal tipografia por aqui pode apresentar algo maior e com mais impacto. Sinto que esse momento está chegando.”

 

Coragem, 2020, técnica mista sobre madeira

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Galeria de Arte André
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