Centenário de Darcy Penteado revigora atualidade de obra
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Darcy Penteado (1926-1987) foi um dos artistas precursores no combate ao preconceito e à intolerância contra a comunidade LGBT e sua atuação não passou em branco na história.
Cenário montado para as gravações do projeto @darcyfaz100anos
Em abril do ano que vem, comemora-se o centenário de nascimento dele. Estão previstos diversos eventos acerca de sua produção e atuação, como lançamento de título audiovisual, remontagem de peças, leitura de textos e mostras. No Instagram, o público pode acompanhar alguns desses movimentos no @darcyfaz100anos. A equipe do projeto realizou algumas filmagens na Galeria de Arte André neste mês de setembro.
Gravações do projeto @darcyfaz100anos
No espaço, o artista apresentou uma individual histórica, Sessenta Anos, em 1986. A pedido de André Blau (1930-2018), a mostra foi montada apenas com telas a óleo, diferentemente da configuração usual feita pelo artista, que reunia, além das pinturas, desenhos e gravuras. Na abertura, houve uma apresentação da cantora lírica Maju de Carvalho, com repertório nacional e internacional do que ficou conhecido como Belle Époque. Visualmente, a cantora interpretou o papel da Dama Negra, presente em várias obras do artista e metaforicamente simbolizando a figura da morte e sua proximidade. Darcy morreria um ano depois, em dezembro de 1987, vitimado pela Aids.
Parte importante da produção e da atuação de Darcy ganhou corpo na mostra coletiva Orgulho e Resistências – LGBT na Ditadura, com curadoria assinada por Renan Quinalha no Memorial da Resistência (no mesmo prédio da Estação Pinacoteca), em 2021.
Elenco durante as gravações do projeto @darcyfaz100anos
A curadoria frisou que a produção cultural dos anos 60 e 70 se concatenava junto de movimentos de contracultura e contestação crítica mais gerais, como o desbunde. Nessa linha, o amor livre e as experiências não apenas heterossexuais eram tratadas em obras de distintas linguagens, como a literatura, as artes visuais, o cinema e o teatro, por exemplo. Dentro de um caráter experimental e que transitava entre os meios, Darcy apresentou A Engrenagem do Meio (1978) no Auditório Augusta, atuando na produção e na cenografia da peça.
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