Taraborelli registra a harmonia do mundo em nova mostra
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Harmonia parece ter sido a força motriz da paulista Raquel Taraborelli (1957-2020). Sua prolífica produção de tom neoimpressionista continua a fazer sucesso entre o público da Galeria de Arte André, que exibe neste 2025 mais um capítulo da sua trajetória. As mais de 20 pinturas apresentadas agora no espaço exibem diferentes facetas da obra da artista nascida em Avaré (SP) no projeto Monográficas, em sua sétima incursão, justamente ladeado pelo enorme paisagista Antonio Augusto Marx (1919-2008). A abertura está prevista para ocorrer em 26 de abril.
Parati Praia, Raquel Taraborelli - Óleo sobre tela
O programa tem o objetivo de exibir com mais fôlego a obra de artistas de reconhecido valor (e que, por vezes, estão com visibilidade menos ostensiva dentro do circuito) que se relacionam com a própria história da galeria, já com 66 anos de atividade na cidade de São Paulo. As mostras anteriores do programa foram dedicadas a Carlos Scliar (1920-2001), Enrico Bianco (1918-2013), Iracema Arditi (1924-2006), Armando Sendin (1928-2020) e José Moraes (1921-2003). A organização é de Mario Gioia, crítico de arte e curador independente.
Quintal florido, Raquel Taraborelli - Óleo sobre tela
Nas palavras do curador: “Talvez um dos maiores atributos do corpus de obra de Taraborelli tenha sido a fidelidade. Então as numerosas paisagens campestres, as marinhas, os exuberantes e diversos vasos e as portas são abundantes em realização pela pintora. É interessante pensar que, por exemplo, o emaranhado em púrpura de tulipas quase a transporta para vetores mais vanguardeiros na linguagem – talvez uma vontade de serialização, podemos perscrutar. No entanto, ela se voltava para as temáticas constantes e para os efeitos pictóricos que habilmente dominava”.
Botões de papoulas no início da primavera, Raquel Taraborelli - Óleo sobre tela
Continua ele: “Ao examinarmos o recorte de agora, contudo, talvez cenas de mar e o intimismo de dependências cotidianas nos traga elos com outras produções para além do que são citadas com frequência acerca da obra. Ou talvez o apuro das naturezas-mortas de vasos (lembremos o desafio recente imposto por Hockney, por exemplo, para renovar tais registros). Relevante é trazer à luz tal bem-sucedida porção da obra e traçar novos diálogos com expoentes do gênero, como Marx, e revelar particularidades desse suporte para outros públicos, possivelmente mais jovens”.
Roseira e sofá vermelho, Raquel Taraborelli - Óleo sobre tela
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