Estrangeiros impulsionam poética do onírico no Brasil

O surrealismo e correntes irmãs, como a pintura metafísica e o dada, não teriam se desenvolvido no Brasil com a mesma intensidade sem a produção numerosa e persistente de alguns nomes hoje não tão incensados. É o que atesta a coletiva Surrealismo, 100 – A Mão, O Olhar e A Ideia em Movimento, que segue até 26 de outubro na Galeria de Arte André.

 

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As trombetas de Jericó - Vito Campanella

No recorte de 87 obras e dezenas de itens de documentação, como catálogos, livros e edições especiais, aparecem com força nomes como os de Vito Campanella (1932-2014), Walter Lewy (1905-1995), Fernando Odriozola (1921-1986) e Eduardo Torassa. Ladeando medalhões prestigiados faz muito na história da arte, como Salvador Dalí (1904-1989), Joan Miró (1893-1983) e Giorgio de Chirico (1888-1978), ainda surpreendem com o arrojo dos trabalhos apresentados.

 

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Sem Título - Walter Lewy

Campanella teve três individuais na galeria, manteve estreito contato no circuito de SP e seus trabalhos sempre estiveram presentes no acervo e em exibição em coletivas diversas. Nascido no sul da Itália, se radica em Buenos Aires, Argentina, em 1956, e mantém uma prolífica carreira fazendo com que suas pinturas sejam adquiridas por coleções importantes e instituições de peso em diferentes países, como Argentina, Itália e Israel. “O sonho é forte demais para os limites de todo homem”, diz Lucia Pimentel Góes acerca da produção do artista.

 

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La Danza De Las Tintas - Eduardo Torassa

Lewy nasceu na Alemanha e teve formação em Dortmund nos anos 1920. Fugindo da crise econômica e do antissemitismo presente no país natal, vem para o Brasil em 1938, deixando numerosos trabalhos na Holanda, produção que foi perdida. Atuando na publicidade, nunca deixou de lado a pintura e foi um dos grandes nomes do surrealismo no país.

 

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Obras de Octávio Araújo em Surrealismo 100: a mão, o olhar e a ideia em movimento

Já o espanhol Odriozola foi figura importante no circuito nacional desde os anos 1960, participando de mostras relevantes, como a Bienal de São Paulo. Nascido em Oviedo, veio para SP em 1953 e participa de agrupamentos profissionais com artistas do porte de Wesley Duke Lee (1931-2010), por exemplo, no Austral/International Phases.

 

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Obras de Salvador Dalí em Surrealismo 100: a mão, o olhar e a ideia em movimento

Portenho nascido em 1955, Torassa chama a atenção pela singular combinação entre elementos medievais, religiosos e oníricos. Também presente na história da André desde os anos 1980, onde teve individual e suas telas, em geral de pequena e média escala, foram apresentadas em variadas exposições e recortes.

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Galeria de Arte André
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