André exibe coletiva que revê produções do modernismo nacional
A Galeria de Arte André, de modo concomitante à exibição da individual Mabe 100 Anos – Identidade e Lirismo, organiza em seu espaço expositivo a coletiva Revisitando os Modernismos, com curadoria de Mario Gioia. A exposição se ancora na retomada da leitura crítica de artistas vinculados ao modernismo brasileiro e de momentos posteriores, a partir de renovadas perspectivas vindas com o centenário da Semana de 22, dois anos atrás. Também é um importante dado a presença atual de diversos artistas-chave da história da arte brasileira sendo exibidos na 60ª Bienal de Veneza, seção principal, neste ano, dentro de uma visada que se aproxima de uma ‘diáspora italiana’ e das vanguardas que tais nomes catalisaram, em especial, nas artes do Sul global.
Obras de Pennacchi (à esq.) em Revisitando os Modernismos, na André
O recorte apresenta pinturas, esculturas, desenhos e gravuras de Aldo Bonadei, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Djanira, Clóvis Graciano, Guignard, Pancetti, Fulvio Pennacchi, Vicente do Rego Monteiro, José Moraes, Maria Bonomi, Cicero Dias, Anita Malfatti, Tomie Ohtake e Eliseu Visconti. As 38 obras podem ser vistas na galeria até 1º de junho. Parte significativa pertence ao acervo da André e é de nomes que tiveram estreita ligação na história do espaço, atuante desde 1959.
Revisitando os Modernismos, na André, com obras de Visconti, Cicero Dias, Pancetti, Malfatti e Guignard
Um dos conjuntos de mais destaque é o de Pennacchi (1905-1992), que ganhou três individuais na galeria – em 1982, 1984 e 1987, todas com o artista vivo e trabalhando. Dezessete obras são expostas em Revisitando os Modernismos, entre elas raras peças como o relevo de cerâmica policromada Festa Junina (déc. 1960), o óleo sobre tela Natividade (1936), Casas e Figuras Toscanas (1987) e o nanquim Clóvis Graciano (1940), que retrata o parceiro de Santa Helena (também presente na mostra com Homenagem ao Volpi, de 1966).
Revisitando os Modernismos, na André; à esq., trabalhos de Pennacchi
Outras raridades podem ser citadas. Por exemplo, o óleo sobre tela Paisagem em Saint-Hubert (1917), de Visconti (1866-1944), o óleo sobre tela Retrato (déc. 1930), de Malfatti (1889-1964), e a terracota Boi (1951), de Brecheret (1894-1955). Mesmo ausente de Veneza 2024, Rego Monteiro (1899-1970) tem representativo óleo sobre tela dos anos 1960 apresentado agora, assim como Bonadei (1906-1974), Graciano (1907-1988) e Moraes (1921-2003), esse que ganhou grande retrospectiva no ano passado na galeria e foi elogiado aluno e assistente de modernistas de peso como Portinari (1903-1962) e Quirino Campofiorito (1902-1993).
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