Mabe abre programação 2024 da André

A Galeria de Arte André inicia a programação de 2024 dedicando a primeira mostra a um dos grandes nomes do abstracionismo no Brasil. A marca do centenário de Manabu Mabe (1924-1997) serve para um recorte importante do artista, que durante toda a carreira teve laços com a André, ganhando individuais no espaço por diversas ocasiões e com trabalhos de qualidade no acervo.

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Sem título, Manabu Mabe - tapeçaria

 

A exposição tem abertura prevista para o próximo dia 20 de abril e segue até 18 de maio em cartaz. O texto crítico é de Ana Avelar, professora da UnB (Universidade de Brasília) e uma das principais teóricas do abstrato no país. Cerca de 30 trabalhos serão apresentados, entre pinturas, tapeçarias e desenhos.

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Sem título, Manabu Mabe - tapeçaria

 

A primeira individual do artista nascido em Uto (hoje parte de Shiranui), Japão, aconteceu em 1977 na galeria, ainda no estabelecimento localizado na alameda Jaú. A mostra tinha uma divulgação precursora, já que foi feito um pequeno folder, com a reprodução das obras apresentadas. Naquela época, não era comum fazer publicações, e a galeria começara tal prática já no ano anterior, não abandonando até hoje tal documentação.

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Sem Título, Manabu Mabe - óleo sobre tela

 

O prestígio do pintor remonta quase 20 anos antes, quando, na 5ª Bienal de São Paulo (1959), ele recebera o Prêmio de Melhor Pintor Nacional, recebendo a láurea das mãos do presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976). No mesmo ano, ganha bolsa e passa um período em Paris. Expõe em diversos países, como México, EUA, Itália, Reino Unido e Japão. Em 1975, já um célebre artista, ganha retrospectiva no Masp (Museu de Arte de São Paulo).

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Sem título, Manabu Mabe - óleo sobre tela

 

Quatro anos depois, ocorre um dos episódios mais estranhos em sua longa trajetória. Em 30 de janeiro de 1979, o vôo Varig 967, que saíra de Narita (Japão) para escala em Los Angeles (EUA) e destino final o Galeão, no Rio de Janeiro, desaparece no Oceano Pacífico. O cargueiro levava 61 telas do nipo-brasileiro, incluindo trabalhos premiados em São Paulo e Veneza, como O profeta e Canção melancólica. Nunca foram localizados destroços nem vestígios do avião e as razões para o desaparecimento continuam um mistério.

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Sem título, Manabu Mabe - óleo sobre tela

 

Nas décadas seguintes, continua a ser um nome de prestígio na arte nacional. Trabalha em outros suportes e áreas, como a tapeçaria e a moda. Marcando tal êxito, ganha em 1995 uma grande mostra na André - 50 Anos de Pintura. Dois anos depois, morre em SP, em decorrência de um transplante de rim feito em 1996.

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