Tomie explora ar cósmico em telas dos 80´s

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 A abstração e, por extensão, os artistas que empreenderam a poética por tal caminho têm ganhado mais luzes recentemente no circuito das artes visuais. Um dos expoentes dessa corrente, a japonesa radicada em São Paulo Tomie Ohtake (1913-2015) se tornou um dos principais nomes não apenas desse recorte, mas da pintura brasileira. Sua singular produção pode ser vista em duas obras agora no acervo da Galeria de Arte André. Ambos trabalhos, óleo sobre tela, são representativos do que a artista fazia naquele período.

“Nas pinturas realizadas entre o final dos anos 1970 e na década de 1980, ao contrário do longínquo distanciamento, pode-se observar que o enquadramento trata das formas aproximando-se delas, colocando-as num primeiro plano. O que antes era etéreo e amplo, agora corporifica-se e materializa-se em imagens que remetem a astros, galáxias ou a outros acontecimentos do cosmo”, afirma o crítico e professor Miguel Chaia, acerca do corpus de obra daqueles anos no livro mais recente sobre a artista, organizado por Paulo Miyada e Priscyla Gomes em 2022.

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Sem título _Tomie Ohtake - 1987

 

A década de 1980 foi pródiga em bons momentos na carreira de Tomie. Em 1983, o Masp sedia grande retrospectiva. Faz uma primeira obra pública em concreto, no jardim da galeria Paulo Figueiredo, conjunto hoje demolido. E cria cenários e figurinos para a ópera Madame Butterfly, montada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1983.

Um ano depois das telas da André, em 1988, inaugura obra pública na avenida 23 de Maio, no Paraíso, SP, em tributo aos 80 anos da imigração japonesa. Há também a instalação do painel em tapeçaria de auditório do Memorial da América Latina, com 70 metros de largura. Também assina retrospectiva de peso no Hara Museum, em Tóquio, no país natal.

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Sem título _ Tomie Ohtake - 1987

 

O público pode ver mais pinturas de Tomie na coletiva Diálogos com cor e luz, no MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo), que segue em cartaz até 17 de setembro. Com curadoria de Cauê Alves e Fábio Magalhães, apresenta trabalhos de outros nomes de peso da abstração, como Manabu Mabe (1924-1997) e Takashi Fukushima. Confira o nosso artigo sobre a exposição respectiva aqui.

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Galeria de Arte André
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