Sonia Prieto

Sonia Prieto

Biografia

Nascida no Brasil, Sonia Prieto vive entre São Paulo e Paris. Após concluir a Escola de Belas Artes de São Paulo, vai para Paris como bolsista do Governo Francês. Estuda na Sorbonne e na École Pratique des Hautes Études, obtendo a licenciatura em História da Arte. Também frequenta o ateliê de pintura mural da Escola Superior de Artes Decorativas. Depois aprofunda estudos na França e Brasil (mestrado e 2 doutorados). Em São Paulo é professora universitária e pesquisadora do IDART. Sua fibra artística vai se inserir no “entre-lugar”, incluindo a prática e o ensino das artes plásticas, também as pesquisas e autoria de textos, como seu livro “Yutaka Toyota 50 Anos de Arte” (Prêmio Sérgio Milliet, ABCA, 2010).

Quando ainda estudante na Escola de Belas Artes de São Paulo, dois de seus desenhos são selecionados por Pietro Maria Bardi para integrar os projetos de museus do Nordeste. Mais tarde, sua obra gráfica chama a atenção de Wolfgang Pfeiffer: “Sonia Prieto traduz nos desenhos os movimentos através da segurança e elegância dos traços, poses em transformação que se completam no espaço, atitudes corporais captadas no vôo, conhecimento clássico das formas e ímpeto livre e novo na sua transfiguração criativa”. Desde criança ela desenhava com lápis de cor nas últimas páginas dos cadernos, ou com gis nas portas do guarda-roupa. A figura humana sempre a inspirou, pintando retratos de estilo moderno desde a adolescência até atualmente.

Ao participar de exposições no Brasil, França e Portugal, suas obras recebem prêmios. Em 2003, de passagem por Paris, Carlos von Schmidt visita sua individual da rua Richelieu, escrevendo: “Uma artista se revela. Há arte, com um A maiúsculo. Há uma artista”; e ele vê “no traço contínuo a leveza, a sutileza, a sensualidade que domina e marca cada desenho”. Na mostra “Brésil Paysages Brésil Visages”, durante o “Ano do Brasil na França”, em 2005, ela expõe pinturas que evocam a diversidade humana do seu país de origem, junto com as paisagens brasileiras de Jean-Pierre Lacourt. Segundo a imprensa local: “A artista não se prende ao realismo fotográfico, aqui é a pintura que tem a primeira palavra” (jornal Arts).

Em 2007 e 2008 no evento internacional anual ART CAPITAL (Grand Palais, Paris), ela participa do “Salon du Dessin et de la Peinture à l’Eau”. Por volta de 2009, passa a criar sua nova temática em grandes composições oriundas do imaginário, assim comentadas: “Grupos de personagens vindos de todos os horizontes. Imigrados, imigrantes que se cruzam e cruzam nosso olhar, nos questionam sobre nosso cotidiano, nossa presença em um mundo tão diverso, tão múltiplo, ao mesmo tempo terrível e encantado. É uma visão dinâmica, uma brilhante “mise en scène”, em cores e traços delicados. Pintura das lonjuras, dos alhures e do aqui" (JPHL). Selecionadas desde 2009 até hoje pelo Salon Comparaisons (ART CAPITAL), são vistas pelo crítico Egídio Álvaro que fala de “criatividade sem limites”.

Carlos Perktold nota, nas telas de 2020-2022, “a confirmação de nossa limitação e da imensidade do planeta fixadas pelas linhas do horizonte”, vendo as cores como “criações pessoais, em desenho primoroso seja nos óleos ou nos desenhos a carvão”, sublinhando: “Que fique claro, os desenhos têm elegante vida própria e fariam a festa de qualquer parede de colecionador”. Para Dominique Macaire, “a artista se situa entre dois países, duas culturas, dois universos, entre terra e mar, esse “entre-dois-terrestres” que ela se escolheu, propondo cenas diversas, um mundo de emoções que não deixa nada a desejar ao onírico, feito de situações cada vez mais empenhadas no espaço-tempo contemporâneo”. Em 2023 ela participa em Paris da mostra latino-americana da “Galerie 89”, e também é convidada à “Biennale de Conches-en-Ouche”. Em 2024 expõe em 2 galerias francesas: “La Voûte des Arts” e “L’Usine à Zabú”. Desde 2024 pinturas suas fazem parte do acervo da Galeria André.