A artista Lara Donatoni Matana, natural de Andradina no interior paulista, propôs-se a um desafio que vai além dos horizontes que o olho humano pode capturar. A menina, que descobriu a arte de forma autodidata, não imaginava que estaria iniciando sua trajetória rumo a uma assinatura única na história da arte contemporânea brasileira.
Aos 22 anos, entra em contato com a Arte, tendo formação somente em cursos livres e pesquisas individuais de materiais buscando encontrar sua linguagem própria.
A partir de 2000, procura nas poéticas em abstração formal, descobrindo nas possibilidades intrínsecas da madeira a sua verdadeira matéria prima de trabalho. Lara utiliza apenas troncos e madeiras descartadas ou árvores caídas, pois acredita no dever da conscientização ambiental em prol da sustentabilidade.
A artista dedica-se ao estudo continuo de técnicas de escultura para atingir todas as possíveis formas, e algumas intangíveis, de trazer a arte natural existente em cada restolho de lenha que trabalha.
Em 2008, um ano após sua entrada na Academia Brasileira de Belas Artes, teve sua elevação de grau para a cadeira nº 2, cujo patrono é o pintor Henrique Bernardelli. Destaca-se ainda a participação no Salão Jovem Arte Matogrossense e a idealização de escultura que serviu como o “Troféu Guará” do Festival de Cinema Ambiental de Mato Grosso.
Da mesma forma que Lara busca sua conexão com o divino através da prática espiritual, as árvores o fazem por meio de suas raízes, através das quais deixam marcas no solo terrestre em busca do equilíbrio e da consonância com a essência do planeta.
Hoje em dia, ela vive em sua própria vila, como ela mesmo chama, que integra a sua casa, o atelier, a galeria e seu estúdio de Yoga, onde leciona aulas semanais, na cidade de Valinhos, região de Campinas, no interior de São Paulo.