Jean-Pierre Lacourt é um artista francês que desde muito jovem se apaixonou pela pintura. Formado em arquitetura, exerceu a profissão principalmente em Paris até 2002. Depois não parou mais de pintar. No início foi premiado em exposições da região Île de France. Colecionadores brasileiros e europeus possuem hoje suas obras.
O estilo é bem pessoal – uma figuração de expressão rigorosamente estruturada com luz e liberdade, que busca inspiração em paisagens durante andanças pela Europa e América Latina. Seu tema é o urbano, muitas vezes parisiense. Aspectos das cidades de Minas Gerais redefinem na tela as composições de um singular cativante, repleto de poesia, de impressões de fragrância metafísica. Renato Magalhães Gouvêa, curador da primeira exposição de Lacourt em São Paulo (1996), notou que “o artista extrapolou o real para obter um resultado fascinante”, em pinturas oriundas das viagens, entre outras às ilhas gregas: “Reconhece-se um artista que vive no encantamento de Paris, e quando se dispõe a viajar pela costa do Mediterraneo – La Grande Bleue – ou da Bretanha, recria admiravelmente as paisagens com absoluto domínio da cor, que, na realidade, é a luz que vive nele”. Foi quando Carlos von Schmidt escreveu no jornal Artes: “Exposições como a de Lacourt serão sempre um chamado à razão, isto é à verdade da arte”. Na mesma publicação, Sonia Prieto observou: “A maneira como ele inventa, distribui, sobrepõe e revela as cores confere a seus quadros qualquer coisa de inapreensível e de mágico”.
No ano 2000 Lacourt participou em Paris do Salon d’Automne e expôs no café La Rotonde. Seguem-se individuais: no Espace Sifas, Galerie Yvart, Galerie Christian Siret (Jardim do Palais Royal). Em 2005, por ocasião das comemorações do “Ano do Brasil na França”, ele foi um dos 2 convidados a expor na Mairie du 1er Arrondissement de Paris, perto do Louvre, o que levou inúmeros visitantes internacionais. Sua arte será bem divulgada em coletivas francesas: Salon de la Société Nationale des Beaux Arts, Salon Arts et Matières (premiado), Salon du Dessin et de la Peinture à l’Eau. Na Galeria André, suas pinturas puderam ser admiradas nos eventos “450x45” (2004) e “Paisagem urbana” (2015). O curador da galeria, Carlos von Schmidt, já comentara: “Jean-Pierre trata a tela, o papel, com carinho; o óleo, a aquarela, o pastel com amor. Pródigo no gesto, Lacourt é parcimonioso no trato com as cores. Em sua paleta não há desperdício [...] e desse namoro antigo e delicado, imagens de permanente beleza cobrem as folhas brancas, as telas.” Para a mostra na Galeria Berenice Arvani (São Paulo, 2004), um belíssimo texto bilingue da iminente especialista da linguagem, Dominique Macaire, abriu o catálogo.
Entre dezembro 2010 e janeiro 2011, ele expôs na Galeria Bia Doria (São Paulo), com curadoria de R.M. Gouvêa, que fala de alguém que “sabe que pode dar nova forma ao que vê, desprezar perspectiva, enriquecer tudo com suas cores e, com isso, conquistar a tal beleza do equilíbrio". No mesmo catálogo, Paulo Klein o apresenta, notando “seu vigor no corpo a corpo com a tela, e o prazer visual que apenas a boa Pintura é capaz de oferecer”. Desde 2009 Lacourt tem participado de Art Capital (convidado pelo Salon Comparaisons), prestigioso evento parisiense que uma vez por ano ocorre no Grand Palais. Em 2022 o crítico mineiro Carlos Perktold se entusiasma com suas telas, escrevendo: “O inviolável mistério está lá, permanente, representado pelas intrigantes e coloridas composições que em um olhar de soslaio sabemos ser de Jean-Pierre. Suas criações de azul-Lacourt e amarelo-Lacourt são registros de mestre, um mestre do paisagismo”.