Iberê Camargo foi um dos mais importantes artistas brasileiros, reconhecido como pintor, gravador, desenhista, escritor e professor. Nascido no Rio Grande do Sul em 1928, Iberê Camargo iniciou seus estudos em pintura com Frederico Lobe e Salvador Parlagreco na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria. Entre 1936 e 1939, cursou arquitetura técnica no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde também teve aulas com o mestre Fahrion.
Em 1942, Iberê Camargo mudou-se para o Rio de Janeiro e, com uma bolsa do governo do Rio Grande do Sul, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Insatisfeito com o ensino acadêmico, buscou orientação com Guignard e, em 1943, fundou o Grupo Guignard ao lado de outros artistas. Em 1947, foi premiado com uma viagem à Europa, onde estudou com mestres como Giorgio de Chirico, em Roma, e André Lhote, em Paris.
Após retornar ao Brasil em 1950, Iberê Camargo passou a integrar a Comissão Nacional de Artes Plásticas e, em 1953, fundou o curso de gravura no Instituto Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro, atual Escola de Artes Visuais do Parque Lage. No ano seguinte, organizou com Djanira e Milton Dacosta o Salão Preto e Branco, em protesto contra as altas taxas de importação de materiais artísticos.
Iberê Camargo também atuou como professor, ministrando cursos de pintura no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, entre 1960 e 1965. Em 1966, realizou um painel de 49 m² para a Organização Mundial da Saúde (OMS) em Genebra. A partir de 1970, lecionou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em 1980, envolveu-se em um episódio trágico ao matar um homem em legítima defesa, fato que marcou profundamente sua trajetória pessoal e artística.
Em 1986, Iberê Camargo foi homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal de Santa Maria. Entre suas principais publicações estão Tratado sobre Gravura em Metal (1964), o manual técnico A Gravura (1992) e o livro de contos No Andar do Tempo: 9 contos e um esboço autobiográfico (1988).