Desde a juventude, Francisco Gonzalez (São Paulo, 1954) abraçou o surrealismo como mola propulsora de sua poética, bastante particular. Os trabalhos variam entre pintura, desenho e objeto. Ativo desde os anos 1970, fez parte do importante Grupo Guaianases, com artistas de origem proletária que se reuniam na zona leste de SP. Ao lado então de Antonio Vitor (1942-2011), Charbel Hanna El Otra, Decio Sonsini e Jair Glass, firmaram suas assinaturas no circuito paulistano entre os anos 1980 e 1990. Reuniam-se em torno da galeria Paulo Prado, nos Jardins, onde participaram de diversos projetos, até o fechamento do espaço, nos anos 1990.
Em Surrealismo, 100 – A Mão, A Ideia e O Olhar em Movimento (Galeria de Arte André, 2024, curadoria de Mario Gioia), Gonzalez teve uma dezena de peças apresentadas. O recorte pictórico foi destaque, em que a figuração do artista, que por vezes se opôs à abstração mais corrente do mercado, tem forte lastro no onírico e atesta um vigor técnico invejável. Sua produção já foi objeto de estudo de nomes renomados da crítica de arte, como Mario Schenberg (1914-1990) e Antonio Zago.
