Escultor e filósofo brasileiro, nasceu na Bahia
Franklin soube esperar o momento certo – antes de se aventurar por outros horizontes da escultura, pesquisou, refletiu, fortaleceu-se. Com a segurança de um artista que atingiu o seu melhor, mostra um trabalho único e tocante. Em todas as suas peças há a sensação de vida. A semente germina sob a terra e se entrelaça nas raízes, crescendo em direção à superfície em busca de oxigênio. Finalmente rompe o solo, e surge vitoriosa na forma de um broto. “São infinitos os desenhos e as possibilidades de movimento. A germinação ainda tem o lado mágico de acontecer a partir da união de duas partes: o masculino e o feminino”, que teve a idéia de registrar a natureza ao assistir ao nascimento do seu filho Saul. E optou por fazer isso de maneira estilizada, porém, compreensível.
O equilíbrio e a deliciosa leveza que consegue dar aos pesados blocos de mármore deixam claro: Franklin tem a experiência e a habilidade de trabalhar a pedra como poucos. E, ao contrário de muitos escultores, cria e executa suas próprias peças. O contato com a arte surgiu cedo na vida do escultor. Ainda criança, ficava deslumbrado com o avô paterno modelando e fundindo ferramentarias. “Ele parecia “dar forma a tudo o que tocava” Aquilo ficou impregnado no meu sangue”, conta o artista. Aos seis, morando em Araçatuba, interior de São Paulo, foi incentivado por sua professora primária a assinar sua primeira obra: Três Pombas (branca, vermelha e preta) entalhadas em baixo relevo num pedaço de madeira. “Nessa época senti que a escultura não sairia mais de minha vida.”
Entre 1948 e 1956, Franklin fez o Curso Geral de Artes no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Estudou desenho, modelagem e escultura. Mais tarde, fez Filosofia, curso que aguçou ainda mais sua sensibilidade para a arte. E, assim que aprimorou a técnica em pedra – material que exige um processo árduo e demorado -, esculpiu figuras abstratas, nus femininos e flores estilizadas. Aos 73 anos de idade e energia invejável, dedica-se de corpo e alma às peças da fase Germinação.
“Germinação é um resgate da delicadeza. Aspecto que, praticamente, caiu no esquecimento do homem moderno”.
Franklin não esquece um minuto sequer o que considera o verdadeiro sentido da arte: “sensibilizar o outro”.
(Fonte: OceanAir – Ano 1 – N° 2 – 2008 – ARTE - Por Eliane Mesquita – Pág; 50)